O meu tal

Perguntar quem é ‘o tal’ ou aquele que deve ser ‘o ideal’ é trazer-nos recordações de um passado que permanece presente e imaginar um futuro que parece distante.
Um simples “ amo-te” ou um “gosto de ti” basta para que tudo seja visto com outros olhos!
Porque, quem mais pode ser ‘o especial’ senão aquele que nos proporciona momentos especiais?
Acontece que estes momentos são efémeros e aquilo que fazia sentido, deixa de o fazer… voltamos á angústia de querer o perdido, ou procurar o novamente ‘o tal’.
Mas será que neste ciclo vicioso a procura ‘do tal’ nunca termina?
Quem é ‘o tal’ afinal? Que características deve ter?
A paixão surge, o interesse aumenta, encontra-se uma cara bonita, um corpo quente, num misto de sentimentos confundidos, aquele que julgamos ser único.
Mas ‘o tal’ surge quando a porta da esperança nos é aberta, quando o amor nos espreita á janela, quando o desejo e a atracção nos iluminam o caminho!
Amamos, sofremos e percebemos que foi mais um fracasso. Ai penso:
“ O coração descompassado, o estômago apertado, os suores frios, as noites em claro, o sorriso radiante que descontrola o incontrolável, a segurança que sentimos nos seus braços, o beijo que não se esquece ate que os lábios se toquem novamente, a lágrima que corre de saudade, a vontade louca de querer, … tudo surge e tudo nos foge … porque não temos controlo … porque tudo não passa de um ciclo vicioso … porque a procura é constante!
Porque procuro, mas por agora não quero encontrar aquele a que todos chamam ‘o tal’…. Se tudo for como as linhas acima descrevem, não o quero a ele, quero sim o seu oposto, o que não altere comportamentos, que não me fuja, que não me minta, que não minta a ele próprio, porque quero-o por inteiro, sem fingimentos, disfarces ou certezas. Quero descobri-lo a cada beijo e torna-lo no meu ‘tal’.